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Estátisticas

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14 julho 2012

Porque vacinar ?

1 em 4 milhões

Nunca soube ao certo a razão que me fez ter tido paralisia infantil. Acredito que nem minha mãe foi devidamente informada sobre o que rolou comigo quando eu era apenas um bebezinho... Alegre


O que sei é que, até os nove meses de idade, eu havia tomado duas doses da Sabin, as gotinhas que, até o final do ano passado, era a vacina oficial do Brasil. Para estarem devidamente imunizadas, as crianças têm de tomar três doses da vacina mais um reforço.




Há pessoas que não receberam nenhuma gotinha e passaram longe da pólio, há casos de quem tomou todas as gotinhas e acabou por contrair a doença. Isso mesmo. Esse assunto, nunca foi devidamente ampliado para não assustar pais e para não tirar o mérito verdadeiro da vacina.

Acontece que a vacina Sabin é produzida com o vírus cambaleante, pra lá de Bagdá, já bem enfraquecido. Então, existe a chance (1 em 4 milhões) de a imunização provocar a doença em algum nível, geralmente, bem leve.

É estranho pensar que eu possa ter sido um “sorteado” pelo revés da vacina, mas não deixa de ser uma possibilidade. Muitas e muitas doenças e ocasiões que acabam puxando as pessoas para a “Matrix” de quem tem uma deficiência pega o povo de esbarrão, ‘sorteados’ entre ínfimas possibilidades.

Não dá para pirar muito nisso, mas é quase inevitável pensar no “e se o goleiro tivesse agarrado aquela bola”. Carente




O importante disso, contudo, não é simplesmente olhar pelo retrovisor e ver as vítimas que ficaram diante das probabilidades, dos erros, das decisões de última hora. O mais importante é olhar para a frente.

No caso da vacina contra a pólio, por exemplo, graças à uma grande mobilização que se iniciou em meados do ano passado, o governo brasileiro resolveu tomar uma atitude: trocar o tipo de imunização no país e fazer o que diversos outros países do mundo já fizeram, que é adotar a vacina injetável, com o vírus morto, chamada de Salk.




“Uai, tio, porque não tinha antes”.... A Salk é bem mais cara que a Sabin....

Admito que, no passado, eu e todo mundo ‘lá em casa’ chorou muito sobre o leite derramado. Contrair uma doença tão devastadora sendo que é possível evitá-la mexe com o imaginário a vida toda (e saber que você pode ter sido um ‘sorteado’ do avesso também não é muito legal).




Contudo, penso mesmo que um papel fundamental de uma vítima dos efeitos colaterais da existência humana -como é o meu caso, como são os casos de boa parte das três ou quatro pessoas que passam por aqui todos os dias-, é cobrar condições para cada vez menos pessoas sejam abatidas por situações evitáveis.



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